O QUARTO MANDAMENTO - UM DIA ESPECIAL PARA O SENHOR
INTRODUÇÃO: UM POUCO DO CONTEXTO
O Sábado em hebraico diz-se sabbat, que quer dizer “descanso”. Este constitui um dos elementos fundamentais da tradição judaica. O Sábado é o sétimo dia que é o dia de descanso. Este dia recorda dois grandes momentos da história do povo judaico, são eles: o descanso de Jahvé depois de terminar a sua obra da salvação (Êx 20, 8-11; cf. Gén 2, 2) e a libertação do povo de Israel da escravidão do Egipto (Dt 5, 12-15). De acordo com a tradição judaica, a ordem de um dia de descanso foi ordenado por Deus e institui um dos mandamentos do Decálogo.
Por isso, o Sábado, para alguns, constitui o mandamento mais característico do judaísmo em que se refere unicamente a Deus e ao povo de Israel, atendendo o que se diz no livro do Êxodo: “Portanto, os filhos de Israel guardarão o sábado, através de todas as suas gerações, como uma aliança perpétua. Entre mim e os filhos de Israel é um sinal externo de que o Senhor fez os céus e a Terra em seis dias, e que no sétimo dia terminou a obra e descansou” (Êx 31, 16-17). Jahvé falou aos filhos de Israel por meio de Moisés para que estes guardassem o sábado, porque este é o sinal perpétuo estabelecido entre Deus e o seu Povo, de geração em geração. E, por isso, o sábado para este povo é uma coisa santa (cf. Êx 31, 12-14).
O Sábado é o ponto culminante do ciclo semanal. A caminhada diária atinge o seu auge no sétimo dia. Este dia como que coroa a semana judaica. Na tradição judaica o dia começa com o pôr-do-sol e termina, igualmente, com o pôr-do-sol do dia seguinte. Assim, o sábado inicia-se na véspera, ou seja, ao pôr-do-sol da sexta-feira e termina ao anoitecer do sábado.
A observância do Sábado foi estabelecida pelo próprio Deus, por isso o Sábado também é o dia santo para os judeus. Durante este período de tempo nota-se o ambiente festivo e litúrgico nas casas e nas sinagogas além do descanso exigido neste dia. Há gestos e actos litúrgicos próprios para celebrar este dia no círculo familiar e sinagogal.
O mais notável da noção do Sábado, dia de descanso e dia santo, como dá a entender, verifica-se na abstenção de todo o tipo de actividade e de trabalho. Existem determinadas leis a observar neste dia. A ausência da acção laboral, no fundo, tem como objectivo a santificação deste dia santo, ou seja, a evitar a sua profanação, descansando como Deus descansou ao sétimo dia. Há seis dias para trabalhar e o sétimo é oferecido exclusivamente ao Senhor. O Sábado é, por assim dizer, o dia de descanso total das actividades não litúrgicas. Os Fariseus, isto é, o grupo judaico responsável pela observância da Lei, levavam a sério a prática do Sábado, até ao último pormenor.
Jesus também guarda o Sábado mas relativiza-o (Mc 1, 21; Lc 4, 16). Assim, Jesus desafia a dureza da visão sabática dos escribas e fariseus (Mt 12, 12; Mc 3, 2-5; Lc 13, 10-16; 14, 1-6; Jo 5, 8ss; 9, 14). Ele próprio proclama-se Senhor do sábado, apresentando uma visão renovada e transformada do mesmo e colocando-o ao serviço da pessoa humana em vez da mera observância da lei (cf. Mc 2, 27ss). O cristianismo desde a sua origem tem imitado a prática do descanso sabático dos judeus mas passando-o para o Domingo: o primeiro dia da semana, o dia do Senhor, isto é, o dia da ressurreição de Jesus. Deste modo, os cristãos desejam diferenciar-se da sinagoga, seguindo a tal visão de Jesus acerca do Sábado, e assinalar o Domingo como dia santo e, de certa maneira, o seu dia de descanso.
Isa 58:13 "Se vigiares teus pés a fim de que não profanes o Shabbãth, o sábado, e para não fazer o que bem quiser em meu santo dia; se considerares e chamares Delícia, o meu sábado, e honroso o santo dia do Eterno, e se o dignificares, deixando de seguir seus próprios caminhos, de fazer o que bem deseja e de falar irrefletidamente,
Isa 58:14 então encontrarás no SENHOR a tua grande alegria, e Eu farei com que cavalgues nos altos da terra e se banqueteie com a herança de Jacó, teu pai!" Porquanto a boca de Yahweh o disse.
- Do capítulo 19 até o 23, temos no livro de Êxodo o que se chama de "o livro da aliança”. A ideia de aliança, pacto ou concerto vem de Êxodo 19.5: "Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra".
- Os dez mandamentos são o núcleo central da aliança, em termos de conteúdo. Sua aceitação e cumprimento caracterizariam Israel como o povo que firmara um compromisso com Deus.
- Os dez mandamentos surgem num contexto de amor, de intervenção redentora, de uma aliança pela qual Iahweh se compromete a tomar o povo como sua possessão peculiar dentre todos os povos da terra (Ex 19.5-6), ao que o povo anui: "tudo que o Senhor tem falado, faremos" (Ex 19.8).
- Não dependem de circunstancia pois são absolutos. E visam o bem dos fieis.
Uma questão que devemos enfrentar é esta: qual é o papel dos dez mandamentos para nós, hoje?
- Eles estão ligados à aliança de Deus com o homem. Como com Israel, não é o nosso caso também, estar sendo tirados do Egito e tornados Povo de Deus?
- Os dez mandamentos trazem a lei moral de Deus. Tratam de relacionamentos com Deus e com o próximo.
Lutero expressou isso muito bem:
- Os Dez Mandamentos formam um compêndio de doutrina divina, o qual nos ensina como devemos nos comportar, a fim de que toda a nossa vida agrade a Deus. Os mandamentos são também a fonte e canal verdadeiros, dos quais mana e em que se canaliza o que denominamos 'boas obras'.
- Precisamos estar atentos ao fato de que Os filhos de Abraão, aos olhos de Deus, não são produto de um processo biológico, mas sim espiritual: "sabei, pois, que os que são da fé, esses são filhos de Abraão" (Gl 3.7).
- No Novo Testamento, a compreensão é que as promessas a Abraão, que foram ratificadas a Isaque e a Jacó e desembocaram na aliança com Israel, se aplicam à Igreja, por causa de Jesus Cristo: "Ora, a Abraão e a seu descendente foram feitas as promessas; não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de um Só: E a teu descendente, que é Cristo" (Gl 3.16).
Gal 3:9 De modo que os que são da fé são abençoados com o crente Abraão.
Gal 3:29 E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.
- Jesus veio para cumprir a Lei de Deus, a fim de dar-nos exemplo (ver Mateus 5:17-19)
- O apóstolo Paulo afirma que os mandamentos de Deus são puros, santos e bons (Romanos 7:12)
- Foram dados para que o povo cresse (Êx 19.9), andasse nelas e por meio delas fosse abençoado (Dt 4.40).
- A reivindicação dos dez mandamentos é que Deus os pronunciou (Ex 20.1,2).
- A declaração é simples: são palavras de Deus. O doador dos dez mandamentos é Deus.
- Moisés é o transmissor ao povo. Não é o autor.
- Se fossem observados e cumpridos, o mundo seria um paraíso. Não haveria cadeias.
- Os relacionamentos humanos seriam de excelente nível. Os lares seriam equilibrados.
- Deus seria realmente honrado no culto e na conduta.
- Os homens podem rejeitá-los por causa da alta moralidade destes mandamentos, frente aos interesses pecaminosos do homem. Não porque os mandamentos sejam absurdos.
"A lei do Senhor é perfeita, e refligera a alma" (Sl 19.7).
- A natureza de Deus, seus atributos, caráter e qualidades supriam a vara de medida para todas as decisões éticas.
I. A GUARDA DE UM DIA DE DESCANSO, COMO PRINCÍPIO DE ADORAÇÃO.
Ora, qual de nós ousaria dizer que um destes mandamentos fora revogado?
Pode-se deixar de:
Exo 20:3 Não terás outros deuses diante de mim.
Exo 20:4 Não farás para ti imagem esculpida, ....
Exo 20:7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;
Exo 20:12 Honra a teu pai e a tua mãe, ...
Exo 20:13 Não matarás.
Exo 20:14 Não adulterarás.
Exo 20:15 Não furtarás.
Exo 20:16 Não dirás falso testemunho contra o teu proximo.
Exo 20:17 Não cobiçarás ...
Ora, se em relação a 9 deles, não ousamos dizer que somos liberados de cumprí-los, por que não em relação a um mandamento relacionado com nossa adoração e gratidão a Deus?
Exo 20:8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
Exo 20:9 Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho;
Exo 20:10 mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas.
Exo 20:11 Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.
"Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica." [Êxodo 31:13].
"Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se." [Êxodo 31:17]
- Quando separamos um dia entre sete para adorar ao Senhor, estamos cumprindo o intento do mandamento.
O dia específico da semana em que isso é feito na verdade tem menor importância, e isso por causa da liberdade que temos em Cristo.
Rom_14:5 Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente.
A palavra Lembra-te (v.8) deve ser entendida como "conserva em lembrança perpétua".
Em Isaias 58.13-14 é dito que há bênçãos para quem não negociar no sábado.
Isa 58:13 Se desviares do sábado o teu pé, e deixares de prosseguir nas tuas empresas no meu santo dia; se ao sábado chamares deleitoso, ao santo dia do Senhor, digno de honra; se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem te ocupando nas tuas empresas, nem falando palavras vãs;
Isa 58:14 então te deleitarás no Senhor, e eu te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse.
- O princípio subjacente neste mandamento é que Deus merece nosso tempo. E que ele abençoa quem lhe dá o tempo que ele pede.
- O tempo dado a Deus neste dia era um tempo de culto. É possível ver-se isso em Números 18.9-10, que mostra que holocausto deveria ser oferecido a Deus no sábado.
- Havia cânticos, também, como se vê no título no Salmo 92: "um cântico para o dia de sábado". O aspecto espiritual da guarda do dia não pode ser esquecido, portanto. É o mais forte de todos.
UM DESVIO DE PROPÓSITO
Infelizmente, o legalismo judaico absorveu o sentido espiritual, moral e humano do sábado. Um rigor incrível acabou por torna-lo um fardo opressor para os homens.
O que deveria ser deleitoso tornou-se opressão.
Jesus censurou os escribas e fariseus de sua época com estas palavras: "Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los" (Mt 23.4).
Um incrível número de regras e superstições foram criadas pelo judaísmo em torno do sábado, a ponto de criticarem Jesus até por fazer o bem no sábado.
Os 39 Trabalhos Proibidos
O Shabat é um presente Divino, um dia destinado a renovação de nossas forças e energias e diretriz da semana que irá começar. Para alcançar essa inspiração, e descanso espiritual, a Torá instituiu uma série de trabalhos (melachá, pl., melachot), os quais somos proibidos de fazer no Shabat.
A tarefa proibida de realizar no Shabat não é necessariamente um trabalho pesado. Pode ser o simples ato de apertar o botão do interruptor para acender uma luz, que não requer muito esforço. Na maioria dos casos, é um trabalho por meio do qual cria-se algo que não existia antes, como uma nova faísca de eletricidade.
Assim como D’us terminou a Criação em seis dias e "descansou" no sétimo, nós, que nos espelhamos n'Ele, nos privamos de "criar" no dia de Shabat, demonstrando claramente que acreditamos que só Ele é o Criador.
Não existe na Torá uma descrição explícita dos trabalhos proibidos no Shabat. Porém, nossos sábios chamam a atenção para o fato de que o mandamento de cuidar para não fazer trabalho no Shabat antecede imediatamente a ordem da construção do Santuário no deserto. Como cada detalhe na Torá foi projetado para nos transmitir uma lição de vida, nossos sábios concluíram que o Shabat antecede os trabalhos necessários para a construção e funcionamento do Mishcán. Portanto, a intençnao da Torá é nos ensinar que no Shabat não devemos realizar estas tarefas especÌficas, exceto em caso de risco de vida, pois salvar uma vida precede qualquer proibição de Shabat.
O Santuário foi construído de madeira, revestido de ouro, coberto por fora com peles de animais e internamente por cortinas costuradas com fios de pelo de cabrito. Assim, todos os trabalhos ligados ao plantio, tecelagem, costura, curtimento, construção, escrita, cozimento e transporte de objetos de um local a outro, dispensado na construçã do Santuário, são proibidos no Shabat.
Os trabalhos no Mishcán eram destinados às seguintes tarefas: onze para o feitio do pão (desde semear o trigo até assar o pão); treze para a confecção dos tecidos (desde a extração da matéria-prima à tecelagem); sete para o preparo dos couros (desde o abate do animal ao curtimento); sete relativos à montagem do Santuário; e um ao carregamento de suas partes e objetos.
Somam-se no total 39 trabalhos, denominados "trabalhos matrizes" ("avot melachot"). Nossos sábios, identificaram o caráter básico de cada um - por sua finalidade ou pelo modo como é feito - e apontaram uma série de outros atos aos quais esses aspectos se aplicam; consequentemente, estão incluídos nos trabalhos proibidos pela Torá, sendo derivados e/ou ramificações dos trabalhos matrizes. Além disso, há vários trabalhos que nossos sábios nos restringiram de fazer, para ter no Shabat uma atmosfera menos ligada ao cotidiano e também para não transgredir qualquer proibição da Torá. Vale notar que os acréscimos dos sábios às leis da Torá têm aprovação Divina, pois a própria Torá nos ordena obedecer os sábios.
Os 39 trabalhos matrizes proibidos no Shabat estão enumerados a seguir, acompanhados de exemplos práticos para ilustrar como e onde se aplicam hoje em dia:
1. Arar
Cavar a terra, tornando-a mais propícia ao plantio.
Exemplos práticos desta proibição: revolver a terra com ajuda de animal, arado ou trator; arrastar um banco pesado ou brincar com bolas de gude sobre o solo.
2. Semear
Ato para estimular o crescimento da planta.
Exemplos práticos desta proibição: jogar sementes frutíferas na terra; dispor flores num vaso com água; colocar adubo ou inseticida numa planta.
3. Colher
Desenraizar uma planta do local onde cresceu.
Exemplos práticos desta proibição: cortar grama; colher frutas. Nossos sábios proibiram subir em àrvores ou embalar-se numa balança pendurada num galho.
4. Agrupar a colheita
Agrupar cereais, frutos ou vegetais no local onde cresceram.
Exemplos práticos desta proibição: agrupar laranjas que caíram da àrvore; fazer um buquê de flores. Esse trabalho só se aplica a derivados da terra e no local onde nasceram. Portanto, é permitido juntar livros no jardim ou maçãs espalhadas na cozinha.
5. Debulhar
Separar a parte utilizável (desejada) dos produtos da terra da inutilizável (indesejada), usando força ou pressão. Antigamente, para separar a semente da casca do cereal, usava-se uma tábua especial amarrada a um animal, que arrastava-a sobre os grãos, separando-os.
Exemplos práticos desta proibição: fazer suco de uva; ordenhar vaca; espremer suco de fruta cítrica; tirar ervilha da casca (se a casca não for comestível). É permitido espremer suco de limão diretamente sobre salada ou peixe para temperá-los, se estes não contêm nenhum líquido.
6. Dispersar o grão ao vento
Jogar sementes ao vento para separar a parte utilizável (desejada) da não utilizável (indesejada). Mais uma forma que usava-se antigamente para separar as cascas dos grãos era jogar o cereal ao vento; assim a palha que é mais leve voava enquanto os grãos caíam no solo.
Exemplos práticos desta proibição: cuspir em direção ao vento; assoprar em amendoins para que as cascas voem e se separem.
7. Selecionar e separar
Um alimento não utilizável (indesejado) do utilizável (desejado) ou separar de acordo com diferentes tipos.
Exemplos práticos desta proibição: separar a cebola (que não se quer comer) da salada; separar uma fruta estragada das demais; usar um descascador; descascar frutas ou legumes (mesmo com faca ou a mão) com antecedência; selecionar alimento sólido de uma sopa por meio de escumadeira; classificar utensílios, brinquedos ou livros de acordo com tamanhos e tipos.
É permitido descascar frutas ou legumes com faca ou a mão (não com descascador), desde que seja pouco tempo antes ou durante a refeição.
8. Moer
Desfazer algo sólido em pedaços muito pequenos.
Exemplos práticos desta proibição: ralar legumes, picar verduras em pedaços pequenos, amassar batata cozida com amassador; amassar banana ou abacate com garfo; serrar madeira com interesse na serragem. Nossos sábios proibiram tomar remédios ou vitaminas em Shabat, exceto em caso de doença.
É permitido amassar com garfo alimento que não cresce na terra (como ovo cozido) ou esfarelar pão ou bolo.
9. Peneirar
Separar alimento utilizável (desejado) do não utilizável (indesejado) por meio de peneira, coador ou similar.
Exemplos práticos desta proibição: peneirar farinha; coar vinho num coador especial; peneirar areia.
10. Fazer massa
Formar massa consistente, misturando ingredientes.
Exemplos práticos desta proibição: fazer mingau (cereal em pó + leite), gelatina (pó + água), creme de chocolate (cacau ou chocolate em pó + margarina) ou cimento (cal + água); misturar purê de batata com manteiga ou margarina; misturar maionese com ketchup, formando consistência pastosa (se for líquida, é permitido).
É permitido misturar cereal em flocos com leite. Ao fazer mingau de cereal em pó para beber, deve-se colocar primeiro o leite no prato e depois acrescentar o cereal, formando uma massa líquida (não sólida).
11. Assar/cozinhar/fritar
Colocar alimento sobre fogo ou qualquer fonte de calor, como chama aberta, chapa elétrica, brasa, chapa de metal pré-aquecida ou até em banho-maria na panela que já esteve por cima do fogo ou da chapa. Exige-se muita prudência ao aquecer alimentos no Shabat para não chegar a transgredir esta proibição, que inclui inúmeros detalhes.
Exemplos práticos desta proibição: esquentar alimento sobre fogo; misturar alimento que ainda está na panela onde foi cozido (exceto água); tampar panela (que está sobre a chapa) se a comida não estava totalmente cozida na entrada do Shabat; abrir torneira de água quente. Para ter comida quente no Shabat, deve-se deixar previamente os alimentos por cima de um fogo coberto por uma chapa de metal ou numa chapa elétrica (costuma-se cobrir os botões para não regulá-los distraidamente); É permitido aquecer alimento sólido(sem molho ou gordura) por cima (mas não dentro) de panela que se encontra nesta chapa. É permitido cozinhar diretamente no calor do Sol, mas não sobre algo que foi previamente aquecido pelo Sol; portanto, pode-se esquentar um ovo no calor dos raios do Sol sobre prato, panela ou frigideira fria (se o utensílio foi previamente esquentado no Sol, é proibido), mas é proibido utilizar água quente de aquecedor solar.
12. Tosquiar
Aparar pelos que cresceram no corpo do animal ou do homem.
Exemplos práticos desta proibição: depenar ave; cortar cabelo; cortar ou roer unhas; passar pente ou escova nos cabelos (que podem arrancar os cabelos) tirar sobrancelhas.
13. Lavar
Tornar tecido ou roupa mais limpo.
Exemplos práticos desta proibição: tirar qualquer mancha; deixar tecido de molho; colocar roupa na máquina; torcer pano molhado; pendurar roupa molhada para secar. É permitido jogar água sobre objeto de couro sem esfregá-lo.
14. Desembaraçar a lã não trabalhada
A lã extraída do carneiro quando tosado encontra-se embaraçada e repleta de elementos estranhos como terra e areia. Antigamente passava-se uma espécie de pente para retirar impurezas e desembaraçá-la.
Exemplos práticos desta proibição: pentear fios de lã, linho ou algodão.
15. Tingir
Alterar ou fortificar a coloração.
Exemplos práticos desta proibição: tingir tecidos; alterar cores através de recursos químicos; pintar qualquer objeto com rolo, pincel ou spray; passar batom nos lábios ou maquiagem nos olhos ou no rosto; enxugar as mãos num tecido com sujeira que pode acabar coloridindo o tecido como alimentos entre os quais morango, vinho, etc. É permitido alterar a coloração de alimentos para melhorar seu sabor. Pode-se usar guardanapos de papel para enxugar as mãos.
16. Fiar
Esticar e enrolar manual ou mecanicamente lã ou outra matéria prima já penteada e tingida.
Exemplo prático desta proibição: enrolar fios do tsitsit.
17. Esticar o fio para prepará-lo para tecer
Esticar os fios entre os dois extremos da roca (máquina de fiar).
Exemplo prático desta proibição: esticar fios (numa direção) em moldura de tear manual, como para iniciar a tecer um tapete.
18. Passar o fio entre dois anéis
No tear, os fios são passados por vários anéis que se alternam entre si, subindo e descendo, para compor o tecido.
Exemplos práticos desta proibição: fazer uma peneira; entrelaçar cesta de vime ou cadeira de palha.
19. Tecer
Entrelaçar fios no sentido horizontal por entre fios esticados verticalmente. Com este trabalho confecciona-se o tecido propriamente dito.
Exemplos práticos desta proibição: fazer tricô ou tapeçaria; trançar corda ou fios.
20. Desfazer os fios a fim de retocá-los
Exemplos práticos desta proibição: puxar fio solto na roupa; retirar tapete da moldura onde foi confeccionado.
21. Atar
Dar nó que não se desfaz facilmente.
Exemplos práticos desta proibição: fazer nó de marinheiro; apertar nó de tsitsit; fazer nó duplo; trançar dois fios para formar corda; juntar dois cordões com um nó, formando um só cordão. É permitido fazer nó de gravata ou amarrar o sapato (mesmo se não for desfeito dentro de 24 horas), pois na verdade trata-se de laço, que não é considerado nó.
22. Desatar
Desfazer um nó (o qual não teria sido permitido fazer no Shabat).
Exemplos práticos desta proibição: desatar fio que junta par de meias novas; desfazer nó duplo; desatar corda, separando os fios individualmente. Se um laço no sapato complicou-se e acabou formando um nó, é permitido desfazê-lo de forma não usual (com shinui) se tiver que tirá-lo.
23. Costurar
Unir dois tecidos ou materiais em geral.
Exemplos práticos: fazer bainha de roupa; colar papéis com fita adesiva ou cola; puxar e/ou enrolar fio de botão que está caindo para torná-lo mais firme. Zíper ou velcro não são considerados costura e, portanto, é permitido abrir ou fechá-los no Shabat.
24. Rasgar intencionando suturar
Rasgar qualquer material para uni-lo depois.
Exemplos práticos desta proibição: descoser a fim de costurar novamente; abrir envelope colado ou lacrado. É permitido rasgar saquinho de papel ou plástico para retirar o alimento de maneira que o saquinho não será reaproveitado (com cuidado para não rompê-lo no meio de letras impressas nem descolá-lo).
25. Caçar
Aprisionar um animal vivo e impedir que se livre.
Exemplos práticos desta proibição: perseguir animais com cachorro de caça; tampar uma garrafa onde um mosquito entrou; espalhar ratoeira. É permitido prender e/ou matar animais (como cobra ou serpente) quando são ameaça iminente à vida da pessoa.
26. Abater
Tirar a vida de um animal.
Exemplos práticos desta proibição: fazer o ritual da shchitá; borrifar inseticida; pescar; espalhar veneno contra animais ou insetos; causar hematoma; tirar sangue de pessoa ou animal. É permitido aplicar repelente sobre o corpo, pois não se está matando os insetos, e sim impedindo que se aproximem.
27. Pelar o couro
Retirar pele de animal morto.
Exemplo prático desta proibição: separar couro em camadas. É permitido retirar a pele do frango cozido (próximo ou durante a refeição), pois é considerado parte do alimento.
28. Curtir o couro
Preparar couro, usando sal, cal, ou outros meios.
Exemplos práticos desta proibição: engraxar sapato de couro mesmo com graxa incolor; salgar a carne crua após o abate; colocar legumes para curtir; devolver um pepino azedo meio curtido para salmoura. É permitido temperar uma salada, próximo à refeição, colocando outros temperos antes ou junto com o sal.
29. Alisar o couro
Retirar pêlos e imperfeições do couro.
Exemplos práticos desta proibição: lixar algo; alisar argila; colar vela com chama de fogo (mesmo nos dias festivos); passar creme na pele. Em caso de doença é permitido aplicar pomada (de forma não habitual – com shinui) numa ferida, sem alisá-la (mesmo que se alise por si só).
30. Demarcar o couro (para cortá-lo)
Exemplos práticos desta proibição: traçar linhas para escrever sobre elas; fazer pontilhado para saber onde dobrar ou cortar o objeto.
31. Cortar (seguindo uma certa medida)
Exemplos práticos desta proibição: cortar um desenho seguindo o pontilhado; arrancar folhas de caderno; apontar lápis; cortar papel higiênico ou saquinho plástico de um rolo; separar lenço de papel quando um está preso ao outro; serrar madeira ou metal; cortar pano; separar páginas de um livro quando estas não foram cortadas na gráfica.
32. Escrever
Ou esculpir letras, figuras ou sinais que sirvam como códigos de comunicação.
Exemplos práticos desta proibição: escrever com dedo sobre líquido que derramou na mesa, num vidro embaçado ou na areia, carimbar, unir peças de quebra cabeças; bordar letras ou figuras.
Nossos sábios proibiram uma série de ações em que é quase automático o uso da escrita, como negociar (pois implica em fazer contrato); medir ou pesar algo; dar um presente; trabalhar no Shabat em troca de um salário diário; fazer contas de matemática; ler no jornal propaganda sobre compra e venda de móveis ou imóveis. É permitido medir febre com termômetro.
33. Apagar
Anular qualquer escrita ou código comunicável com a intenção de reescrever no mesmo local.
Exemplos práticos desta proibição: apagar lousa escrita com giz; apagar com borracha; cortar embrulho onde há letras escritas; cortar letras carimbadas ou coladas em frutas.
Nossos sábios proibiram ler listas de qualquer tipo para não chegar a apagar algo da lista.
É permitido comer alimentos cujas letras são parte do próprio alimento, como biscoitos (neste caso, as letras e o alimento são considerados um único elemento). Porém, quando o alimento e as letras são compostas de materiais diferentes, como letras escritas com creme sobre um bolo de chocolate, as letras devem ser retiradas por completo antes de cortar o bolo.
34. Construir
Ação ligada à montagem ou construção.
Exemplos práticos desta proibição: todas as tarefas relativas à construção, como cavar, encaixar portas e janelas, furar ou bater prego na parede, etc.; montar tenda; abrir guarda-chuva; montar qualquer utensílio; fazer queijo; fazer trança de cabelos; usar spray para fixar penteado.
35. Destruir ou demolir (com a intenção de reconstruir no local)
Exemplos práticos desta proibição: retirar telhas do telhado; arrancar prego da parede; arrombar porta; desfazer tenda; desfazer caixa de madeira; desmanchar trança de cabelos.
36. Acender fogo (aumentar, prolongar ou propagá-lo)
Exemplos práticos desta proibição: riscar fósforo; acender chama de gás; ligar luz elétrica (por isso é proibido abrir porta de geladeira que automaticamente acende a luz interna; a lâmpada da geladeira deve ser desativada ou afrouxada antes do Shabat); acrescentar azeite numa lamparina; ligar motor do carro; acelerá-lo; obter faíscas através do atrito entre duas pedras; refletir a luz do Sol em lente de aumento para queimar papel.
37. Apagar fogo (ou diminui-lo)
Exemplos práticos desta proibição: apagar fogo através de vento (abrindo janela), areia ou sopro; abaixar fogo ou chama de gás; desligar luz elétrica; retirar azeite de uma lamparina; desligar motor do carro. Nossos sábios proibiram ler à luz de azeite, pois estando concentrada na leitura a pessoa pode esquecer que é Shabat e mexer no pavio ou no azeite para enxergar melhor.
38. Terminar a manufatura de qualquer objeto
Denominado "bater com martelo", pois o ferreiro termina sua obra com uma última martelada - dar o "toque final" para que um objeto possa ser utilizado.
Exemplos práticos desta proibição: afiar faca; desentortar garfo; colocar cordão num sapato novo; retirar fios deixados por costura; cortar uma lasca de madeira para usar como palito de dentes; encaixar pé que se soltou da cadeira; apertar parafuso para recolocar lente de óculos.
Nossos sábios proibiram mergulhar qualquer utensílio no micve; nadar; remar; tocar instrumentos musicais.
39. Transportar de propriedade particular para pública e vice-versa
Transportar, jogar, entregar, empurrar ou fazer qualquer tipo de transferência de uma área de propriedade pública para uma de propriedade privada ou vice-versa, a não ser vestir roupas e outros adornos como kipá, óculos de grau, jóias, etc. Também é proibido carregar qualquer objeto num perímetro equivalente à distância de 1,92 m, em área de propriedade pública.
Exemplos práticos desta proibição: sair para a rua com lenço ou chave no bolso; mastigando bala ou chiclete; com botão solto na roupa; com óculos de leitura ou de sol; entregar ou jogar um objeto pela janela ou porta de residência particular para alguém que se encontra na rua ou vice-versa.
Se a pessoa encontra-se numa propriedade pública e se dá conta que está com algum objeto no bolso, não deve parar; se o objeto não for de valor, deve deixá-lo cair enquanto continua andando (sem dar uma parada); se for de valor, deve continuar andando até voltar à propriedade particular de onde saiu com o objeto no bolso, sem parar no caminho.
É permitido levantar um grampo de cabelo que caiu na rua e recolocá-lo no cabelo se não ultrapassar 1,92 m ao fazê-lo.
Além destes 39 trabalhos matrizes há outras tarefas proibidas por ordem rabínica para que o Shabat seja completamente diferente de um dia comum da semana. A seguir veremos alguns exemplos:
a. A proibição de transformar um sólido em líquido; assim, não se pode desmanchar gelo na mão para beber o líquido que se forma, embora seja permitido colocar gelo num copo com água para gelar a água; não se pode usar um sabonete sólido, pois se transforma em líquido. É permitido usar sabonete líquido.
b. A proibição de manusear objetos proibidos, como máquina fotográfica, instrumento musical, caneta, vela, fósforo, tesoura, etc. Também é proibido manusear animais em geral.
c. A proibição de fazer algo que, embora não seja proibido por si só, pode parecer proibido aos olhos do observador; por exemplo, ligar um aparelho num timer antes do Shabat (quando usualmente não é usado assim), como para forno de microondas, aparelho de televisão, rádio, etc. (é permitido usar um timer para luz elétrica, aquecedor ou ar condicionado.)
d. A proibição de realizar no Shabat tarefas que destoam da santidade do dia; por exemplo um moÌnho cujo dono é judeu não pode funcionar no Shabat; não é permitido assistir TV, ao passar por um aparelho que esteja ligado mesmo que este não nos pertença.
e. A proibição de falar no Shabat sobre assuntos mundanos; por exemplo, programar no Shabat um trabalho que será feito durante a semana (se esta é tarefa proibida de se realizar no Shabat). Neste artigo colocamos apenas um pequeno resumo das leis que regem os trabalhos proibidos no Shabat. Para conhecê-los mais detalhadamente é necessário um estudo mais profundo. Um rabino deve sempre ser consultado.
Sentir e cumprir o Shabat é algo ímpar e incomparável, sobre o qual está escrito que o Shabat é chamado "um gostinho do Olám Habá, Mundo Vindouro".
- Se tivéssemos um enfoque correto, o mundo compreenderia que um seguidor de Cristo é uma pessoa com um caráter elevado.
II. AGORA COMPREENDAMOS POR QUE GUARDAM OS CRISTÃOS O DOMINGO, O PRIMEIRO DIA, EM VEZ DO SÉTIMO.
Por que guardamos o domingo? O cristianismo modificou, sem autorização, o dia a ser observado? No conceito de alguns guardar o domingo é ter o sinal da Besta. É um desvio da Igreja Católica Apostólica Romana.
Não é razoável que o Senhor Jesus que exaltou o rigor das intenções quanto ao mandamento de não adulterar e não matar, (Mt 5) não tivesse em alta conta que uma ordem expressa por Deus, em sua estrita honra. A guarda de um dia para o Senhor era condição sine qua non. ALGO NATURAL PARA O ADORADOR JUDEU.
- Mas o Deus que criou o homem, que caiu, resgatou, pelo novo nascimento, o homem, e o fez nova criatura, em Cristo. Assim Deus interviu, mudando através de um processo gradual, nosso próprio dia de adoração.
Jesus afirmou algo que por si justifica uma revisão em nosso conceito de descanso de Deus: Joh_5:17 Mas Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
- A afirmação de que Constantino mudou o dia de culto e a cristandade o aceitou é falsa. Constantino apenas oficializou e tornou geral aquilo que os cristãos já faziam: guardar o domingo (assim como tornou geral a própria fé cristã – nem por isto a negamos).
A razão fundamental para os cristãos cultuarem no domingo é que Cristo ressuscitou no domingo. "No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada" (Jo 20.1). Não paira nenhuma dúvida sobre isto: a ressurreição se dá no domingo.
A segunda razão é que Cristo apareceu aos discípulos no domingo. Joh 20:19 Então, ao entardecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos a portas trancadas, por medo das autoridades judaicas. Jesus apareceu, pôs-se no meio deles e disse: "A paz seja convosco!"
Destaques para as expressões: reunidos e domingo.
- A terceira razão, que desdobra a segunda, é que outra aparição de Cristo se deu no domingo (e não num dia qualquer da semana, como o possível objetor da razão anterior levantaria), quando os discípulos estavam outra vez reunidos. "Oito dias depois estavam os discípulos outra vez reunidos" (Jo 20.26).
A quarta razão é que o Senhor voltou para sua Igreja, na pessoa do Espírito Santo, num domingo. Em Atos 2.1, lemos que "ao cumprir-se o dia de pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar". O dia de pentecostes era o quinquagésimo dia depois da páscoa (sete sábados perfazem 49 dias e o quinquagésimo, óbvio, cai num domingo).
É significativo que em um domingo o Espírito vem iniciar seu ministério terreno. E de novo os irmãos estão "reunidos" num domingo.
É num domingo que a Igreja prega seu primeiro sermão público, anunciando Jesus Cristo como o Messias de Deus (At 2.14).
E foi num domingo que a Igreja celebrou seus primeiros batismos:
Act 2:41 Assim, todos quantos aceitaram a sua palavra foram batizados; e naquele mesmo dia juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas. Como viviam os novos cristãos
- A quinta razão é esta: parece que a prática de se reunir aos domingos continuou na vida da Igreja. Paulo parte o pão com a igreja, num domingo: "No primeiro dia da semana, tendo-nos reunido para partir o pão" (At 20.7).
- A palavra "reunidos" caracteriza a atitude dos cristãos de estarem juntos no domingo. Não há tal registro em relação ao sábado, a salvo quando ainda frequentavam as sinagogas, de onde foram expulsos.
- As reuniões principais ocorriam no domingo.
1Co 16:2 No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar.
- Mesmo não sendo explicitado um culto no domingo, a interpretação mais óbvia é esta: quando estiverem reunidos, no primeiro dia da semana, separem as ofertas.
- Houve mudança no culto (do judeu para o cristão). Houve mudança no sacerdócio, do levita para um “segundo a ordem de Melquisedeque”. Natural que haja mudança no dia de adoração.
Heb 7:11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (pois sob este o povo recebeu a lei), que necessidade havia ainda de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?
Heb 7:12 Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
Portanto, se aplica neste novo sacerdócio o que Paulo ensina:
Colossenses 2.16-17: "Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo".
REGISTRO HISTÓRICO
A Tradição Apostólica de Hipólito de Roma (ao redor do ano 280) diz, em 1.15: "Seja ordenado bispo aquele que, irrepreensível, tiver sido eleito por todo o povo. E, quando houver sido chamado pelo nome e aceito por todos, reúna-se o povo juntamente com o presbyterium e os bispos presentes, no domingo".
Na mesma obra, lemos em 60.1: "No domingo de manhã, o bispo, se puder, distribuirá a comunhão a todo o povo, com as próprias mãos, partindo os diáconos o pão..."
Inácio de Antioquia, na sua epístola aos magnesianos (escrita ao redor do ano 107), declarou, em 9.1: "Assim os que andavam na velha ordem das coisas chegaram à novidade da esperança, não mais observando o sábado, mas vivendo segundo o dia do Senhor".
No Didaquê, obra escrita para ajudar na doutrinação dos novos cristãos, bem calcado no evangelho de Mateus e Lucas, que desconhecer o evangelho de João (que deve ter surgido no ano 95), portanto escrito antes do ano 100, lemos em 14.1: "Reunindo-nos no dia do Senhor, parti o pão e dai graças, depois de haver confessado vossas transgressões, para que o vosso sacrifício seja puro". O dia do Senhor, o domingo, era o dia da celebração do ceia ("partir do pão").
Para quem não encontrou a palavra "domingo" no NT, uma boa resposta é dada por Baalen: "Procuras pelo domingo? Procura por Cristo! Encontrá-lo-ás junto aos cristãos no domingo e não junto aos judeus no sábado".
III. O QUE FAZER NO DOMINGO?
- Não basta tê-lo como o dia a observar. E preciso saber como observá-lo.
Voltaire, filósofo cínico francês, combatedor do cristianismo, declarou, certa feita: "Para destruir o cristianismo, é preciso destruir primeiramente o domingo.
O domingo, o shabbath cristão, não deve ser usado para o trabalho, como um dia qualquer.
- E verdade que há eventualidades. O Mestre colocou o homem acima das grandes instituições religiosas do seu tempo. No caso particular do sábado, ele declarou que "o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Mc 2.27).
- Médicos, bombeiros, militares, policiais e outras classes que exigem plantão, terão, muitas vezes, que trabalhar no domingo.
- Para nos reunirmos em nossos templos, há alguém trabalhando para termos energia elétrica e até mesmo para sermos transportados ao nosso lugar de culto. Isto é diferente do trabalho sistemático, planejado, rotineiro, que desconsidera o dia como o dia do Senhor.
- É uma excelente ocasião para retemperar energias físicas e espirituais.
- Devemos santificar o domingo, no sentido de usá-lo para propósitos sadios e voltados para a obra de Deus.
Deve ser para os cristãos um dia de real repouso em que, pela frequência aos cultos nas igrejas e pelo maior tempo dedicado a oração, à leitura bíblica e outras atividades religiosas eles estarão se preparando para aquele descanso que resta para o povo de Deus.
Neste dia os cristãos devem abster-se de todo trabalho secular excetuado aquele que sela imprescindível e indispensável a vida da comunidade.
- Devem também abster-se de recreações que desviem a atenção das atividades espirituais.
CONCLUSÃO
Uma coisa é certa: quanto mais um cristão santificar o domingo, usando-o para a obra de Deus, melhor para ele mesmo.
Usemos bem todos os dias de nossa vida.
Dediquemos a Deus todos os dias da nossa vida.
Vivamos em sua presença todos os dias de nossa vida.
Mas, sendo possível, celebremos nossa fé no domingo, o dia que marca o surgimento da nova criação de Deus, a que foi efetuada por Jesus.
ISTO É MARCA DE GRATIDÃO E ADORAÇÃO.
LEITURAS RECOMENDADAS:
REIFLER, Hans Ulrich. A ética dos dez mandamentos – um modelo de ética para os nossos dias. 1ª ed, reimpressão 2009. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2009
COELHO Filho, Isaltino Gomes. A atualidade dos dez mandamentos. Edição revista. São Paulo: Exudus Editora, 1997