POLÍTICA É DO DIABO?
Satanás disse a Cristo: “Dar-te-ei toda a autoridade e glória destes reinos, porque me foi entregue, e a dou a quem eu quiser” (Lc 4.6). A partir de sua declaração enganosa, tal como fez no Eden, Satanás tem levado muitos cristãos sinceros a entender que todo o poder político é sujo e demoníaco. Mas Jesus diz sobre Satanás que “ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira” (Jo 8.44). Satanás mentiu.
A Bíblia testifica que “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre eles” (Dn 4.17).
Vejam as razões de Paulo, fundamentadas no controle de Deus. Ele ensina que ”toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal. Pelo que é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência. Por esta razão também pagais tributo; porque são ministros de Deus, para atenderem a isso mesmo”. (Rm 13.1-6).
Pedro, de igual modo, ressalta o que deve ser nossa motivação em nos sujeitar às autoridades, ou seja, por causa do Senhor. Ele diz: “Sujeitai-vos a toda autoridade humana por amor do Senhor, quer ao rei, como soberano, quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem” (1 Pe 2.13-14).
Afastar-nos da necessária influência que o povo cristão deve exercer sobre os governos, como forma de instrumentalizar os propósitos de Deus em relação aos direitos dos pobres e oprimidos, à liberdade religiosa, à moralidade aceitável diante do Criador, à justiça social e outros tantos valores que procedem de Deus é uma omissão. É colocar a luz embaixo de uma bacia.
Sendo nos cristãos a luz do mundo (Mt 5.14), precisamos iluminar, apoiando, influenciando, fazendo valer o interesse de Deus em que todos sejam abençoados com leis justas, governo justo, sistema judiciário justo. E claro, sendo instrumentos de reconhecimento de perfeita dádiva ao alcance de todos, que é a justiça de Deus, “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.23,24).
Pr. Samuel Alves Silva, agosto/2014.